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Carta aos artistas Naifs do Rio de Janeiro


CARTA AOS ARTISTAS NAIF DO RIO DE JANEIRO
(Documento divulgado durante a campanha eleitoral de 2010)

A arte como um fator fundamental de expressão dos sentimentos e representação cultural do homem acontece desde os primórdios da civilização. As pinturas encontradas nas cavernas de Lascaux (França) e Altamira (Espanha) datam de mais de 15 mil anos atrás.

São conhecidas também pinturas da antiguidade como expressão social, encontradas nas civilizações chinesa, indiana, egípcia, e na arte indígena do sul, central e do norte do nosso novo mundo.

O Brasil é um dos maiores produtores de arte Naif, tanto em quantidade quanto em qualidade, tendo reconhecimento internacional, mas infelizmente não sendo valorizado da mesma forma aqui no Brasil.

Dito isso, convivo com o mundo da arte Naif desde criança quando acompanhava minha tia e mãe, Elisa Silveira, em reuniões de artistas plásticos ricas em criatividade , lideradas por Ivan Serpa e seus companheiros de Movimento, Helio Oiticica, Djanira, Grauben, Heitor dos Prazeres, Aluísio Carvão, Ligia Papi, Ligia Clark.

O Museu de Arte Naif é representante de fundamental importância por ser um dos poucos espaços que esse tipo de expressão artística encontra para sua divulgação e valorização.

Por isso mesmo, consideramos inadmissível que ela seja tratada como arte de menor valor apenas por representar o mundo de uma forma pictoricamente ‘ingênua’, não levando em conta regras tradicionais da pintura clássica como perspectiva e perfeição de desenho. Pelo contrário, a arte Naif tem sua importância pela riqueza de cores e movimento, além da capacidade de representar o imaginário popular de maneira tão espontânea que mais parece a arte e o sonho de criança.

O Partido verde sempre esteve comprometido com o objetivo de estimular a diversidade cultural e todas as propostas que contribuam nesse sentido em nosso país.

Sendo assim, proponho firmar um compromisso da minha candidatura a Deputado Federal do PV com o seguimento dos artistas Naif, no sentido de ser um interlocutor permanente no Congresso Nacional, propondo leis que incentivem a divulgação e profissionalização desse segmento.

Como itens básicos para a política cultural em questão, inicialmente temos a necessidade de:

• criar espaços para exposição de trabalhos,

• estimular as empresas a investirem em Projetos envolvendo a arte Naif,

• fortalecer a estrutura do Ministério da Cultura em relação às políticas culturais específicas para os grupos de artistas Naif e

• apoio a projetos que integrem a arte Naif à resolução de problemas sociais

• a manutenção e criação de instituições que promovam a arte Naif junto ao público em geral.

Coloco-me à disposição para receber sugestões ou discutir temas de relevância não mencionados nesta carta.

Desde já agradeço o apoio,

José Augusto Silveira
Candidato à Deputado Federal e Presidente do PV da Cidade do Rio de Janeiro

Contatos

EMAIL: ja.silveira@terra.com.br
facebook.com/jasilveira.pv
Tel.: (21) 9619-9331

Rio +20: Até onde vai o jogo da globalização?

Por Admar Branco (Jornalista)

Em 1992, ao atravessar o Aterro por uma passarela em frente ao Hotel Glória, (que trocou já de mãos), onde eu viria a me casar e batizar meu filho, imaginei os vários sentidos que teria o termo globalização para os visitantes do megaevento que ali se realizava.

Aprendo que o mundo globalizado amplia contrastes e desigualdades. “De um lado, a aquisição de produtos sofisticados por uma pequena elite conectada aos fluxos internacionais de dinheiro e comércio, existente em todos os países; de outro, a expansão de um contingente significativo de pobres e excluídos do acesso aos bens básicos.”(Alexandre de Freitas Barbosa. O mundo Globalizado. Contexto, 2007. p. 104)

De fato, e isso não é só um problema brasileiro, onde há vergonhosa concentração de renda e privilégios, um estudo realizado na área turística de Nosa Dua, em Bali, (estudo de François Vellas e Hervé Barioule: À partir des indicateurs du tourisme durable – Paris – Le bourget, 2000) comprova a pouca sensibilidade social visível nas entrelinhas de um planejamento pouco responsável com a matéria humana. Em meio a observações restritivas sobre tratamento de detritos sólidos e negligência quanto ao controle no consumo da água, percebe-se que fica de fora da preocupação qualquer medida protetiva aos trabalhadores envolvidos (convenções de trabalho) ou às crianças (turismo sexual).


Como a Rio+20 vai conseguir equalizar interesses tão díspares e tão desequilibrados em termos de forças?

Umas das duas principais propostas da Rio+20, é implantar a economia verde. Segundo José Eustáquio Diniz Alves, em seu artigo no Portal Ecodebate(*):

”A economia verde está relacionada diretamente a mudanças climáticas: produção e consumo com baixo carbono, eficiência energética, energia renovável, cidades sustentáveis, etc. Ou seja, o documento articula o conceito de “economia verde” como um complemento do “desenvolvimento sustentável” em seus 3 pilares – econômico, social e ambiental. Evidentemente, os dois conceitos são entendidos dentro da lógica das relações sociais reguladas pela propriedade privada, que condiciona o modo de produção da vida material em praticamente todos os países que estarão presentes na Rio + 20.”

De um lado, os interesses dos grandes grupos econômicos, de outro, o dos povos. De um lado, os interesses dos países desenvolvidos, de outro, dos países emergentes (ou em desenvolvimento).

É necessário, tanto quanto a sustentabilidade com relação ao meio ambiente, a preservação de alguns valores humanistas para um combate verdadeiro à exclusão social e ao trabalho infantil. A esperança está na sociedade civil global. Que tenha ela força para valores morais distintos dos valores econômicos das organizações multilaterais como FMI, Banco Mundial e OMC, defende Barbosa:

“No âmbito cultural, esfera privilegiada da vida em sociedade, presencia-se, de um lado, a emergência de uma mídia global e a padronização do consumo e dos gostos, enquanto de outro se cria uma resistência local, voltada para a proteção dos valores mais íntimos das comunidades: é o poder da identidade que se rebela contra a imposição de padrões homogêneos de comportamento e expressão cultural.”

Aí é que está uma forma de expressão de desejos que pode pender para o lado de uma globalização anuladora de identidades nacionais. Pergunte-se a um adolescente admirador de games eletrônicos o que pensa da possibilidade de perdermos nossa autonomia como Estado nacional, e a resposta pode vir bem rápido, na forma de uma pergunta bem clara: “Me diz uma coisa, tio: o preço de games como o Call of Duty vai cair, sem o imposto de importação?”.

Antes de oferecer resposta, expliquemos algumas condições impostas dentro do Nafta (North American Free Trade Agreement), ou Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio, que reúne Canadá, Estados Unidos e México, nascido, segundo alguns estudiosos, como resposta à formação da Comunidade Europeia, além de ajudar a enfrentar a concorrência da economia japonesa.

É importante saber que, mesmo dentro dos blocos econômicos, há disputas comerciais. Leia-se a reportagem com atenção:

México amplia exigências em disputa no Nafta

O México quer que os EUA liberem, totalmente, o tráfego de caminhões mexicanos, dando um passo a mais em suas exigências para terminar uma disputa comercial que começou esta semana com o vizinho.
O governo do México começou, ontem, a taxar uma série de produtos americanos como forma de retaliação à decisão de Washington de barrar o acesso parcial de caminhões mexicanos às estradas dos EUA.
Agora, a vice-ministra da Economia do México, Beatriz Leycegui, disse que Washington “tem de abrir o setor de transportes completamente, como já são obrigados a fazer”, pelas regras do tratado de livre-comércio da América do Norte.

(Valor Online, de 20/03/2009.)

Aí está a questão pendente: como reduzir tarifas e ao mesmo tempo proteger seus mercados?

Cada país trava sua batalha, nas mesas de negociação, para tentar controlar a balança comercial. Queremos uma riqueza que fique em nosso território, com distribuição de renda, que se metabolize no corpo de cada cidadão, virando alegria. Se for para continuar no subdesenvolvimento, manda adiar a conferência para daqui a mais 20 anos. See you later, alligator, volte na Rio +40.

Admar Branco, jornalista, compositor e cordelista, trabalhou em várias organizações como o Jornal O Globo, Jornal do Brasil, MULTIRIO, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e é ativista no Movimento Rio de Paz e em movimento pela guarda compartilhada dos filhos.

www.admarbranco.com

(*) Avanços, lacunas e a quadratura do círculo do Zero Draft da Rio + 20 (Portal EcoDebate)